PROJETO CARAVANA DO ESPORTE

ETAPA Macapá - AP

Agosto de 2023

Caravana do Esporte chega pela primeira vez a Macapá e desenvolve tema da inclusão

A etapa da Caravana do Esporte, em Macapá, foi um marco para o projeto, que está em seu 19º ano de estrada: primeira vez na capital do estado do Amapá e mobilizando a todos com o tema “Inclusão a partir do esporte”. As ações foram realizadas na sede da Domestilar, entre 8 e 10 de agosto.

Nos três dias, a Caravana do Esporte atendeu a 1.445 crianças do Ensino Infantil e Fundamental I e capacitou 56 professores, que foram inscritos no curso EaD Pedagogia do Esporte Educacional, onde terão a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre a metodologia durante três módulos de estudos.

Quando anunciado ao município que Macapá receberia uma etapa da Caravana, o governo municipal, por meio da sua Secretaria de Educação, mobilizou uma equipe de profissionais até São Paulo, sede do Instituto Esporte e Educação, para realizar uma reunião presencial de articulação, de modo a atender todas as necessidades necessárias para a melhor execução do Projeto. Começou, assim, uma Caravana de forma extremamente articulada e mobilizando diversos setores do poder público municipal.

Durante a realização da Caravana, a Secretaria de Educação e organizações da sociedade civil, envolvidas com a causa da inclusão a partir do esporte, reuniram educadores, crianças, adolescentes e diversos outros integrantes para fazer da Caravana de Macapá um marco para a inclusão de crianças com diferentes deficiências em ações esportivas.

Participaram das formações professores, professoras e educadores envolvidos com ações de esporte e inclusão do município e do estado, bem como pais, mães e professores de apoio de crianças e jovens com transtorno do espectro autista.

Na Arena da Caravana, milhares de crianças e jovens, com e sem deficiência, participaram juntos das estações esportivas organizadas e desenvolvidas pelo projeto, com professores e professoras utilizando diferentes recursos como: bolas de diversos pesos e tamanhos, cartões de comunicação para crianças não verbais etc., de modo a garantir a inclusão de todos e todas.

Treze escolas participaram das ações do projeto. Escolas da zona rural: EMEF Goiás / EMEF Q. Velho Chico / EMEF Caetano Dias Tomaz / EMEF Cacilda Ferreira Vasconcelos / EMEF Fortaleza; Escola do Quilombo Curiaú de fora: EMEF Joanna Santos da Silva; e Escolas do centro: EMEF Antônio Barbosa / EMEF Amapá / EMEF Marinete da Silva Mira / EMEF Roraima / EMEF Hildemar Maia / EMEF Professora Guita / EMEF Rondônia.

O atleta convidado para essa etapa da Caravana foi Lucas Mazzo. Aos 27 anos, Lucas chegou a sua primeira Olimpíada em Tóquio. O marchador representou o Brasil na prova de 20 km. Para celebrar a participação nos Jogos, Mazzo, que tem visão monocular, encomendou duas próteses oculares temáticas, com as cores da bandeira brasileira. Ele é monocular, mas participa de competições para atletas sem deficiência, e trouxe para os diálogos com professores, pais e mães de crianças com e sem deficiência, o poder que o esporte tem, a partir de métodos inclusivos, de transformar a vida das pessoas e ajudá-las a se inserir socialmente e superar limites.

DEPOIMENTO

Antonio Furlan

Prefeito Municipal de Macapá

“A gente diz que Macapá está diferente porque as coisas estão acontecendo. Receber com toda essa vontade, com todo esse desejo de mudar a vida, não só dessas crianças que serão alcançadas inicialmente, mas sim com essa semente que será plantada e disseminada por toda rede. Não tenham dúvidas disso. Nunca na história de Macapá nós avançamos tanto no esporte e na cultura e vocês vêm ao encontro desta política que está sendo realizada. Quando fui procurado pela Educação me explicando o que era a Caravana, eu percebi que vocês estão aqui plantando um sentimento, vocês estão plantando um mundo melhor e é assim que a gente sai daqui, com essa leitura. De que estamos plantando para que as futuras gerações entendam que o esporte é essencial em sua vida. Não apenas o esporte de alto rendimento, mas também o esporte do dia a dia. E o professor João, com toda a sua sabedoria, ele nos ensinou aqui que muitas vezes perder uma partida e saber perder é um ensinamento melhor do que acertar uma pergunta de matemática e conviver em sociedade, diz muito do mundo. O QI de uma pessoa pode ser um absurdo, mas de nada vale se o QE é zero, ou seja, se não tem o emocional para aguentar uma pressão, para aguentar um momento difícil que a vida nos impõe toda hora. Então, vocês trazem isso. E vocês deixam nossos professores formados para continuar disseminando isso aqui nos nossos distritos. Que a gente entenda que não sabemos nada, que conhecimento nunca é demais, que sempre estamos abertos para ouvir e aprender. Muito obrigado.”

ESTRUTURA E ATENDIMENTOS

DIAS DE AÇÃO

8 a 10 de agosto

LOCAL DA ARENA

Sede Campestre Domestilar

IDH do município

0,780

ATENDIMENTOS

1.445 crianças e adolescentes

56 professores

MODALIDADES E ESTAÇÕES

FUTEBOL • HANDEBOL • VÔLEI • BASQUETE • TÊNIS • SLACKLINE • OFICINAS DO ESPORTE • LUTAS

DEPOIMENTO

Lucas Mazzo

Atleta Convidado

“Estou muito contente por estar aqui, pouca gente sabe, mas eu vivi minha vida em São Paulo, hoje moro em Brasília, mas sou paraense e é a primeira vez desde quando nasci que volto ao Norte. Então, eu fico extremamente feliz. E tem um fato que, na última Olimpíada, em Tóquio, só tinham três pessoas do Norte, eu e mais dois atletas. Ver tudo isso acontecendo dá mais esperança, porque em todas as entrevistas que eu dava me perguntavam o porquê de ter apenas três atletas representando o Norte e eu ficava sem saber o que responder. Voltar aqui é ter essa sensação que as coisas vão mudar, que tem uma melhoria pelo esporte. Eu faço uma modalidade que é totalmente desconhecida e, quando conhecida, é motivo de deboche. Mas, eu fico contente porque eu não quero que ninguém ame a Marcha Atlética, eu quero que as pessoas olhem o esporte, que com ele podemos ter transformação de uma sociedade e dar esperanças para uma criança. Então, isso que busco e é o que quero estando aqui. Sinto uma energia incrível nas crianças e quando ouvi sobre inclusão lembrei da minha mãe. Ela trabalhava com crianças autistas e eu vi que com o esporte mudavam o senso de direção, mudavam a perspectiva de vida, que elas poderiam estar sofrendo e sendo tratadas de maneiras diferentes, mas com o esporte era o modo delas serem aceitas e serem reconhecidas como são. Estar aqui hoje vivenciando tudo isso e essa mudança no pensamento do Norte em incentivar o esporte me deixa muito feliz.”

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SOBRE A CIDADE DE Macapá - AP

Macapá é a capital do estado do Amapá. Com 442.933 habitantes, a cidade fica localizada na região sudeste do estado, estendendo-se da margem esquerda do rio Amazonas (entre os rios Pedreira, Matapi e litoral atlântico) até a nascente do rio Maruanum.

Macapá está no coração da Amazônia e é a única capital brasileira cortada pela linha do Equador, a linha imaginária que divide a Terra em dois hemisférios, o Norte e o Sul.

Por conta desta localização tão especial, foi construído na cidade o Monumento Marco Zero do Equador, exatamente onde passa a linha. A obra é um obelisco de 30 metros de altura com uma abertura circular no centro

A cidade tem IDH de 0,780 e área territorial de 6.407 km², concentrando 60.38% da população de todo o Estado do Amapá. Apenas, 26,8% têm esgotamento sanitário adequado.

O salário médio dos trabalhadores formais é de 3,8 salários mínimos. Com 39% das pessoas com rendimento nominal de até ½ salário mínimo.

São 94.154 alunos matriculados nas suas 336 escolas, sendo 69 destinadas ao ensino médio, com 19.514 alunos. Há um total de 4.968 docentes que lecionam nessas unidades de ensino.

DEPOIMENTOS

Leise Monick

Secretária Municipal de Educação

“Muito bom estar com vocês, o sentimento de gratidão prevalece. Com toda minha trajetória acadêmica e de atuação, aprendi que a essência de toda proposta de inclusão é a participação. Se não houver participação, não tem inclusão e o que a Caravana traz pra gente é isso: que precisa ter a participação ativa dos nossos alunos especiais, dos nossos alunos da educação regular, para que haja inclusão. Que a gente possa a partir desta experiência tornar isso uma política pública municipal na pasta da Secretaria de Educação, que sempre abraça todas as propostas que promovem a inclusão do esporte e a inclusão da arte. A Caravana vai passar, mas vai deixar aqui o seu legado por meio dos profissionais que estão nas formações, tendo essa oportunidade de vivenciar práticas tão necessárias no contexto escolar. Agradeço a todos que estão marcando a vida das crianças que passaram por este evento. A partir dessas experiências é que são construídas as nossas memórias afetivas.”

Alexandre Dezen Arena

Coordenador Pedagógico do IEE

“A etapa da Caravana realizada em Macapá foi um marco importante para o Projeto, com relação ao atendimento de crianças e adolescentes neuroatípicos e formação de educadores, educadoras, pais, mães e diversos parceiros de movimentos de inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Conseguimos mobilizar para participar das formações dezenas de educadores que atuam nas escolas com crianças neuroatípicas, pais, mães, profissionais de apoio, educadores de organizações sociais que fazem atendimento de crianças neurodivergentes e, sobretudo, atender, na arena da Caravana, muitas crianças neuroatípicas matriculadas nas escolas públicas do município.

Avançamos também na utilização, pelos professores e professoras do Projeto que atuam nas estações esportivas,  de estratégias de COMUNICAÇÃO PARA CRIANÇAS NÃO VERBAIS,  elaboradas pela equipe de coordenação pedagógica do Projeto, além dos avanços no uso de estratégias pedagógicas que incluam cada vez mais crianças e adolescentes dos diferentes espectros.”

FOTOS DA ETAPA